Cruzeiro

Libertadores 1997: O time da superação


A Copa Libertadores da América de 1997, foi a 38ª edição da competição de futebol realizada todos os anos pela Confederação Sul-Americana de Futebol (CONMEBOL). Equipes das dez associações sul-americanas participaram do torneio.
O Cruzeiro já chegou a disputa da Copa Libertadores da América 1997 de maneira surpreendente. Classificou-se para o Torneio Sulamericano como campeão da Copa do Brasil 1996, ao derrotar o favoritismo do Palmeiras, em pleno estádio Parque Antártica. Os paulistas, na ocasião, eram patrocinados por uma multinacional italiana e reunia um plantel de jogadores galáticos que eram considerados imbatíveis em seus domínios.
O time celeste  ficou no Grupo 4  e primeiro adversário do foi o Grêmio, que era o atual campeão brasileiro. Os tricolores venceram por 2 a 1, no Mineirão e, após o jogo, o tecnico Oscar Bernardi, que nem havia completado dois meses no cargo pediu demissão. A diretoria agiu rápido e repatriou o técnico Paulo Autuori, que estava no Benfica, de Portugal.
Sob novo comando, o time não se encontrou e sofreu mais duas derrotas pelo placar de 1 a 0. Ambas em Lima, no Peru, a primeira foi para o Alianza e a segundo revés do Cruzeiro foi para o Sporting Cristal. Os resultados deixaram o Cruzeiro na lanterna do grupo quatro.
O início desastroso fez com que os analistas de futebol consumassem de forma antecipada a eliminação precoce do Cruzeiro na Taça. Isto porque a equipe estrelada teria que derrotar o Grêmio, que atravessava uma grande fase, em pleno estádio Olímpico, onde o Cruzeiro havia enfrentado o tricolor em outras 14 oportunidades e nunca havia vencido. E foi justamente no estádio gremista, que o Cruzeiro deu início a sua reação monumental e uma das campanhas mais épicas de sua história. Um gol relâmpago antes da primeira volta do ponteiro, no segundo tempo, deu a vitória suada de 1 a 0 ao Cruzeiro e pôs fim ao tabu. 
No penúltimo compromisso da primeira fase, o Cruzeiro derrotou o Alianza Lima, no Mineirão, por 2 a 0, e deixou a lanterna do grupo 4 para os peruanos. Já última rodada o Cruzeiro passou pelo Sporting Cristal, no Mineirão, com uma vitória por 2 a 1 e garantiu a segunda colocação do grupo e a classificação para as oitavas de final.

Oitavas de final

O primeiro adversário da fase dos mata-matas foi o El Nacional, que naquele ano, ainda era restrito as forças armadas do Equador. Na altitude de Guaiaquil o Cruzeiro saiu derrotado por 1 a 0. 
No jogo da volta, no Mineirão, o Cruzeiro suou para fazer o placar de 2 a 0, com um gol de Marcelo Ramos, aos 24 minutos do segundo tempo. Quando todos acreditavam que a classificação estava consumada, o El Nacional conquistou um gol de falta no último instante da partida e a vaga ficou para ser decidida na disputa de tiros livres. E foi a partir daí que o goleiro Dida começou a se consagrar como um dos heróis da conquista. Na disputa por tiros livres, o camisa um defendeu a cobrança de Kleber Chalá e garantiu a vitória por 5 a 3 e a classificação.

Quartas de final

Nas quartas de final, o Cruzeiro enfrentou, novamente, o Grêmio. A primeira partida foi no Mineirão e o Cruzeiro saiu na frente, logo aos 40 segundos de jogo, com um gol de Elivélton. Alex Mineiro ampliou ainda no primeiro tempo e o jogo terminou em 2 a 0 para o time estrelado.
No jogo da volta, no Olímpico, o Cruzeiro anulou a reação do Grêmio e aos 15, do segundo tempo, num lançamento de Alex, o volante Fabinho, mesmo lesionado e mancando, matou a bola no peito e sem deixá-la cair, completou para as redes: um golaço. Com o gol, que aumentou o placar agregado em 3 a 0, a classificação cruzeirense parecia garantida, mas como foi toda a trajetória do time cruzeirense naquela Libertadores, o jogo ainda reservaria seus requintes de dramaticidade em sua meia hora final. O Grêmio reencontrou forças e virou o jogo para 2 a 1, aos 27 minutos e por pouco não marcou o terceiro gol, que levaria a decisão para as penalidades, no último minuto, numa cabeçada do zagueiro Mauro Galvão, que raspou a trave.

Semifinal

O adversário da semifinal foi o Colo-Colo, que havia conquistado o 20º título chileno de sua história. No primeiro jogo, no Mineirão, o Cruzeiro venceu por 1 a 0, com um gol de Marcelo Ramos, logo aos seis minutos.
O jogo da volta teve os 90 minutos mais dramáticos de toda a campanha cruzeirense. Os chilenos viviam uma grande fase e consideravam o jogo, em Santiago, como a final antecipada. O Colo-Colo abriu a vantagem de 3 a 1 no segundo tempo. No entanto, o Cruzeiro reencontrou forças e diminuiu o marcador, aos 18 minutos. A derrota por 3 a 2 provocou a decisão por tiros livres, que foi a mais tranquila da história do clube, graças a eficiência do goleirão Dida, que defendeu as cobranças de Basay e Espina. O Cruzeiro venceu por 4 a 1 e foi para a final.
Com a classificação garantida no Chile, o Cruzeiro chegava a uma final de Libertadores, após 20 anos, quando perdeu o título na decisão por tiros livres para o Boca Juniors.

Final

O encontro decisivo da Copa Libertadores da América 1997 reuniu os dois times mais surpreendentes da competição. O Sporting Cristal, que se classificou como terceiro colocado do Grupo 4, da primeira fase, tornou-se a grande zebra da Copa. Os cervezeros eliminaram os argentinos Vélez Sarsfield, nas oitavas de final, e o Racing, na semifinal, vencendo ambos dentro de Buenos Aires. Por outro lado, o Cruzeiro chegava a uma decisão com uma das campanhas mais irregulares da história da Taça, com um total de seis derrotas. Nunca um finalista havia perdido tantos jogos.
O primeiro jogo da decisão aconteceu em Lima, no Peru, onde o Sporting Cristal não sofria uma derrota há quatro anos pela Libertadores. A partida foi marcada pelo equilíbrio e a forte marcação imprimida pelas equipes. Com poucas chances de gol, o jogo terminou com o placar zerado.
No jogo da volta, mais de 100 mil cruzeirenses lotaram o Mineirão com a confiança de que o time venceria facilmente os peruanos. Apesar da pouca tradição do adversário, o Cruzeiro quase foi surpreendido. Aos 20 minutos do segundo tempo Donizete comete falta em Alfredo Carmona na intermediária. Na cobrança forte e rasteira de Nolberto Solano, Dida foi no canto esquerdo e fez a defesa, Julinho entrou rápido na área e apanhou o rebote com um chute cruzado, mas Dida defendeu com o pé direito.
Dez minutos após o susto, o Cruzeiro chegou ao gol da vitória. E foi com um tento surpreendente, como foi a característica de toda a campanha do título. Numa cobrança de escanteio de Nonato, a defesa do Cristal rebateu para fora da área. O canhoto Elivélton, que foi escalado na vaga de Cleison, que havia sido expulso no primeiro jogo da decisão, apanhou o rebote, de pé direito e o goleiro Julio Cesar Balerio aceitou. A bola passou por baixo do corpo do camisa 1 e entrou no canto direito. Foi o único gol do Cruzeiro marcado num chute de fora da área em toda a campanha.
Após a partida, as ruas da capital e das cidades do interior foram tomadas pelos cruzeirenses que comemoraram um título dado como perdido e que entrou para a história das conquistas surpreendentes do clube estrelado.
Acompanhe um pouco da companha estrelada no vídeo:

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